terça-feira, 12 de abril de 2016

O irmão "fantasma" de Jair Bolsonaro

Por Altamiro Borges

Com seu discurso de ódio e intolerância, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) ganhou adeptos entre os "midiotas" e já desponta nas pesquisas eleitorais como presidenciável para 2018. Ele seria o candidato da extrema-direita, travestindo-se com a fantasia de vestal da ética. Mas, aos poucos, seus podres começam a aparecer. Na semana passada, uma reportagem do SBT mostrou que o seu irmão, Renato Antônio Bolsonaro, era funcionário fantasma da Assembleia Legislativa de São Paulo com um salário mensal de mais de R$ 17 mil. Diante da denúncia, o falso moralista alegou que não sabia da maracutaia familiar e ainda deu uma "bronca" no irmão. "Ele que se exploda". Baita cinismo!

Segundo a matéria, Renato Bolsonaro ocupava há três anos o cargo de assessor especial do deputado André do Prado (PR), mas nunca foi visto no trabalho. A filmagem do SBT revelou que ele é dono de quatro lojas de móveis no interior paulista, na região de Miracatu. O irmão do fascistoide inclusive disputou a prefeitura da cidade em 2012, obtendo apenas 25% dos votos. De imediato, para abafar o escândalo, ele foi exonerado do cargo. A mídia oposicionista, que ajudou a chocar o ovo da serpente fascista na sociedade - ludibriando os "midiotas" -, já tratou de arquivar a denúncia. Jair Bolsonaro, o moralista sem moral, não ganhou as manchetes dos jornais e nem foi destaque nos telejornais.

Dias antes, a blogueira Helena Sthephanowitz, da Rede Brasil Atual, já havia revelado "o milagre da multiplicação do patrimônio" do ídolo dos fascistas. Jair Bolsonaro teria comprado, "com descontos especiais", duas mansões em uma área nobre do Rio de Janeiro. "Em seu sexto mandato consecutivo como deputado federal, ele declarou à Justiça Eleitoral possuir, no ano de 2010, bens que totalizavam o valor de R$ 826.670,46. Naquele ano, os dois imóveis não constavam da declaração de patrimônio. Quatro anos depois, nas eleições de 2014, o patrimônio declarado pulou para R$ 2.074.692,43".

"Façamos as contas: a variação patrimonial é maior do que a soma dos salários líquidos que ele recebeu como deputado. Significa que, mesmo se Bolsonaro não tivesse gasto um único centavo de seus salários nos quatro anos de mandato entre 2010 e 2014, ainda assim o montante acumulado não lhe permitiria chegar ao patrimônio de mais de R$ 2 milhões. A conta não fecha. E como ele não declara, entre seus bens, ser proprietário ou sócio de nenhuma empresa, é inevitável perguntar: qual é a fonte de renda de Bolsonaro para cobrir tamanha variação patrimonial?"

"Mas a estranheza sobre o patrimônio não para por aí. Jair Bolsonaro continua, segundo ele mesmo declara, com todos os imóveis que tinha em 2010 e aparece em 2014 com duas mansões na Avenida Lúcio Costa, de frente para o mar da Barra da Tijuca, reduto carioca da classe média alta e de parte de sua elite. Os valores atribuídos aos imóveis são piada e escárnio: o valor de compra declarado de uma das propriedades é de R$ 400 mil e a outra, de R$ 500 mil. Uma simples consulta a qualquer imobiliária da capital fluminense, ou às sessões de classificados dos jornais e sites do Rio, mostra que as mansões foram declaradas com valores muito abaixo dos praticados no mercado".

Se a denúncia do irmão "fantasma" de Jair Bolsonaro até apareceu na mídia - e logo desapareceu -, a do "milagre da multiplicação do patrimônio" nem virou notinha. Depois tem gente que não entende porque o fascista já desponta nas pesquisas eleitorais e porque há tantos "midiotas" rosnando em apoio ao falso moralista!

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